26.4.06

CAIXA DE PANDORA

Uma autêntica caixa de Pandora chegou às minhas mãos e eu que fiz? Naturalmente, abri-a. Não julguei que tivesse a dimensão da lenda mitológica. E não teve - foi imensamente superior, cabalmente arrasadora! Por toda a parte, voavam pedaços do meu mundo; por todo o lado, jaziam estilhaços de mim.
Quando encontrei a caixa, guardei-a junto do coração e foi aí que a descerrei - longe dos olhares de todos. E tudo foi desencadeado...
Julguei que, ao esconder a angústia, ela desaparecesse; pensei que, ao libertá-la no meu coração (sem mostrá-la), os efeitos fossem mínimos.
Enganei-me! Ao tentar desesperadamente escondê-la, acabei por demonstrar ao mundo quão fraca sou. Perdi o controlo sobre mim - o meu corpo não me obedece; a mente tão-pouco. Passo os dias a enganar-me, tentando convencer-me de que tudo continua bem. Mas não! Nada continua bem! Aliás, nada nunca esteve bem!
Com o passar do tempo, acabarei por perder a confiança e o respeito de todos. Sou incapaz de responder a todas as questões, não consigo atender a todos os pedidos. E antes, tudo isto estava ao meu alcance...
Terei uma semana para não pensar sobre isto. Estarei longe e poderei ou tentar perceber as razões para esta situação ou simplesmente fugir, como a excelente cobarde que sou.
Obviamente, é mais fácil fugir, por isso deduzo que será isto que farei.

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