13.4.06

AMO-TE, MÃE (20.02.96)

Acusas-me do que eu nunca fiz
E eu sou aquela que, contra ti, nada diz;
Acusas-me de te agradar em nada
E eu oiço, consinto, sempre calada;
Bates-me sem, no entanto, me teres tocado;
Renegas-me por, ao meu jeito, te ter amado.
Nunca te desafio, mas guardo tuas palavras:
Quentes, cortantes, pois sou mal-amada.
Tocas-me, insultas-me e começo a chorar,
Mas só por dentro, para ninguém olhar.

0 Comments:

Post a Comment

<< Home