1.8.07

02-Abr-1999

Eu quero aguentar, mas ninguém aguenta tanto. Nem o mais estóico dos seres! Quero segurar as lágrimas, mas elas escorrem-me pela face, numa torrente infindável... Quero gritar, espernear, bater. E depois? E se o fizer? Que sucederá depois?
Nada voltará a ser o mesmo. Mas não é isso que quero?! Quero que mude algo, que mude tudo!
Posso ser fria mas tenho sangue quente e que ferve muito; ferve agora muito mais e mais rapidamente do que dantes. Anteriormente, podias dizer-me (gritar-me, atirar-me à cara) tudo o que quisesses e tal não me incomodaria. Mas as coisas mudaram...
Agora choro (de raiva, de dor...), rasgo a roupa e a carne com as unhas, escondo-me debaixo dos lençóis, mas choro. São lágrimas de água e sal, só porque não tenho sangue nos olhos...
Tremo, mas ainda consigo manobrar a caneta, de modo a canalizar a minha raiva para o papel e não para uma pessoa - a tua! Mas não sei quanto tempo mais vou aguentar; não sou de ferro (se fosse, já havia derretido com o calor da raiva que trago dentro de mim), não sou assim tão fria.
Quero paz. Só espero que estejas disposta a dar-ma...

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